COP - 15 - Comédia de Dante


Os Náufragos da COP 15.


"Chegam os Poetas à porta do Inferno, na qual estão escritas terríveis palavras. Entram e no vestibulo encontram as almas dos ignavos, que não foram fiéis a Deus, nem rebeldes. Seguindo o caminho, chegam ao Aqueronte, onde está o barqueiro infernal, Caron, que passa as almas dos danados à outra margem, para o suplício. Treme a terra, lampeja uma luz e Dante cai sem sentidos" (Divina Comédia de Dante Alighuieri-Canto III)




***A Conferência COP 15 chega ao final sem inovar no fim do conflito CAPITAL/TRABALHO<>ECONOMIA SUSTENTADA. ***



Em Copenhague, embora sem tanto milagre, já se ouve os “Anjos” e os “Sábios” debatendo se trouxessem as esperanças que faltam ao mundo.

Segundo Lula, em seu discurso, veementemente aplaudido, o mundo deve agir e, particularmente, o Brasil se dispõe a isso. Agora, nem que anjos e sábios entrem em acordo, pondo o fim trágico de um conflito de magnitudes tais quais as escolhas de Fausto (Johann Wolfgang von Goethe/1749-1832) pela juventude e o esquecimento do Trato-pagão que fez com o Dito-cujo.

Isso é imaginário, que nos leva a um tempo antecedente, em que Dante Alighuieri (1263-1321) escreve a sua Divina Comédia. Hoje, a Dinamarca olha para o mundo esperando algum (e os brasileiros são dispostos) a contribuir com o fim do caos no mundo, tal qual Dante na ida às profundezas da Terra para cumprir sua jornada de Ulysses em uma época medieval (de trevas). O conflito maior, segundo os gregos, está em si mesmos. A jornada é arquitípica. Para que a poluição cesse há que mudar de dentro para fora: as consciências extratoras (de gafanhoto) devem ser substituídas.

O preço de um acordo na COP 15 é muito pequeno para não ser empenhado: R$ 1Bi para o Brasil não é fichinha, Sra Ministra! O dinheiro que o seu pessoal quer empenhar para colocar um final na destruição do Planeta não é deles: é nosso. Batem continência com o chapéu alheio. O que é pior, sem nos questionar sobre o que queremos para nossas casas, fazendas e indústrias.

Agora, se hovesse omissão (isso, sim) nós estaríamos chegando na Convenção em cima da hora, tal qual o grande poluidor-San. Fomos pró-ativos em tudo no tange COP 15, mas indianos escondem-se, e chineses arrotam com dedo em histe (pensando assustar alguém com sua bandeira vermelha de sangue). Falta ação, isso Lula fez bem em lembrá-los.

Para sairmos dos caminhos em que os poetas se encontram na Divina Comédia nós deveremos nos unir, começando em casa: contra o desperdício e à favor da reciclagem. Vamos, ainda assim, em 50, 100, 150 anos ficar sem recursos naturais e teremos que imergir nas profundezas dos mares e nossa cultura política extrativista e monocultora para buscarmos o que é sempre nosso (o self): consciência global de preservação ecossistêmica.


Ver mais em: http://docs.google.com/View?id=ddkb9ttk_136gbsb7sfn




Imagens:
1)http://praler.files.wordpress.com/2009/08/full1kw4.jpg
2)http://www.geologiadobrasil.com.br/images/vossor_lixo0.jpg

Comentários

Unknown disse…
É O que é o poder, meu caro professor. De carneiro a lobo mal, é o que o homem se tornou com o passar dos séculos. Vivemos em um mundo globalizado em que o capital suprime os valores e a ética ambiental fica na margem, ou fora dela, pois não gera lucro e o homem não se basta em si mesmo pelo fato de ser ávido o bastante ao ponto de se auto-destruir. Imagina-se perfeito. Pensa ser invencível e, ao final volta a ser carneirinho, engolido pela sua ambição. Abraços, e parabéns a matéria é de causar profundas reflexões.
CLAUDIO LIMA POTOKHOTSKI.
Grato, meu caro operador do Direito.

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