PINGO, o Fiel!
Pingo Ele veio numa cesta colocada na cabeça do arreio. Pequenino, cabia na palma duma mão. Chegou trazendo esperança de dias melhores para os corações aflitos. Trouxe o brilho do olhar de volta aos que o receberam de braços abertos. Ele tinha o pelo preto e os dentes brancos. Brilhantes a reluzir a cor do Sol em seu lombo atlético de caçador. Nada o afligia. Em seu rosnar constante e valente afastava até a mais temível das feras com seu latido. Era Rei no terreno dos grandes e pequenos animais. Ele deixou herança. Saudades incontidas. Fazem duma tristeza fúnebre uma ação humanitária. Ele voltou para o lugar de onde veio. Agora, foi entro duma caixinha, adornado pelo amor do Pai. Será lembrado em urras de louvor: Pingo, o fiel! Obs.: o link leva para um conto de Guerra Junqueiro (1850-1923) - FIEL.